TRIBUTO PARA ARIANO SUASSUNA, E SUA CHEGADA NO CÉU
Meu Deus dai-me inspiração,
Pois eu preciso falar
Uma notícia bem triste,
Mas não posso ocultar
Ariano Suassuna
Acabou de nos deixar.
A lacuna vai ficar,
Dentro da nossa cultura
E não vamos encontrar,
Outro dessa envergadura
Que gostava de passar,
A simplicidade pura.
Baluarte da cultura,
Nada de demagogia
Contava, e muito bém
Um mestre na poesia
Hoje foi para o além
A cultura está vazia.
Gostava da alegria,
Dessa arte de criar
Com a sua maestria,
Na hora de publicar
Livro,que divulgaria,
A cultura popular.
Ariano Suassuna,
Homem de grande valor
Vai deixar uma lacuna,
Esse grande escritor
De tribuna em Tribuna,
Da cultura um defensor.
Sempre esteve na tribuna,
O jornal noticiou
Ariano Suassuna,
Faleceu, e nos deixou
Deixando essa lacuna,
Mas o seu nome ficou.
Eu o conheci de perto,
Lá na casa dos meus pais,
Cidade Taperoá,
Das raízes culturais,
E quando eu voltar lá,
Os três, não encontro mais.
Quando ia á Taperoá,
Sempre fazia visita
Meu pai,e a minha mãe
Que ficava muito aflita
Por receber Ariano,
Homem de alma bonita.
Quase sempre essa visita,
Um cafezinho tomava
Uma conversa bonita,
Enquanto ele pesquizava,
Para escrever mais um livro,
A minha mãe perguntava.
Personagem para o livro,
Não sei se ele publicou
Alguns nomes até sei
E todos Deus já levou,
Eu o terei sempre vivo
Sua obra o eternizou.
Esse tributo eu faço,
Com pesar no coração
Para o homenagiar,
Este grande cidadão,
Ariano Suassuna,
Vou guardar no coração.
Faço agora meu cordel
No momento de emoção
Exercendo meu papel,
Com muita inspiração
Pois também sou xeleléu,
Da virgem da Conceição.
Com a minha devoção,
Sei bem o que aconteceu
Hoje o céu está em festa
Ariano Suassuna,
Que a Paraíba nos deu.
Quando a notícia correu,
Muita aglomeração
Todo mundo lá no céu
Tinha muita estimação,
Todos tiravam o chapéu
Para o ilustre cidadão.
Na cidade do pai João,
Capital
João Pessoa
Terá luto oficial
De luto até a lagoa,
No dia do funeral
Pois ele é gente boa.
No céu o hino entoa,
Anjos vêm lhe receber,
Nosso grande escritor,
Acabamos de perder,
São Pedro lhe abre a porta,
E lhe diz: muito prazer.
Sem saber o que fazer,
Os amigos vêm também
Empurra, empurra na porta,
Da entrada do além
Querendo vir receber,
Todos cantando amém.
E como sempre convém,
Tem um pelotão de frente
Para receber alguém,
Incluindo algum parente
Na frente seu pai estava,
Num momento comovente.
Com emoção aparente,
Foram chegando os demais
Amigos que lá estavam
Incluindo os meus pais,
Os amigos do recife,
Tratando dos funerais.
Primeiro vêm Gonzagão,
Tocando sua sanfona
Asa branca é um hino
Que a todos emociona,
Ele cumpriu seu destino,
A emoção vem á tona.
A fila impressiona,
Todas as personagens seus
Mulher vestida de sol
Este quem primeiro deu,
Alegria, e tantos outros,
Que o mundo conheceu.
Ninguém no céu esqueceu,
Querendo homenagear
Também vinha Dominguinhos.
Com a sanfona a tocar
Seu lamento sertanejo,
Pois não podia faltar.
Também estavam a tocar,
Sivuca, Hermeto Pascoal,
A cantora Marines,
Com sua voz genial,
Naquele momento fez
Um hino celestial.
Momento do funeral,
No céu, e na terra tem,
Muitos hinos e louvores,
Nossa saudade também
Na terra sentimos dores,
No céu louvores amém.
Ariano no céu tem,
Muito carinho, e, guarida,
E todos lhe querem bem,
Até a compadecida
Tem João grilo, e Chicó,
Contando a despedida.
Ninguém esquece a partida,
Daquele que se quer bem,
Na hora da despedida
De quem vai para o além
Cai uma lágrima sentida,
Pois sabemos quem não vem.
O filho que ele tem,
Em moradas celestiais
Por ele foi abraçado,
Não esquecendo seus pais
Que do céu abençoava,
Suas
peças teatrais.
Hoje, porém todos jazem,
Aqui na terra dos vivos
No mundo dos imortais,
Teremos mais um motivo,
Para ler e, aliás,
Ariano é mais um livro.
Escrevendo esse cordel
Sentindo muita emoção
Passando para o papel,
Toda minha inspiração
Eu também sou xeleléu,
Da virgem da Conceição.
Auto da compadecida,
Virou um filme global
Consagrando um trabalho
Deste autor genial
Mostrando nossa senhora,
Com seu amor Divinal.
Um livro sensacional,
Que li com muito prazer
Também a pedra do reino,
Não podemos esquecer,
E toda biblioteca,
Tem obrigação de ter.
Seu personagem Quaderna,
Assim foi denominado
O reino era sua terra,
Por quem foi apaixonado
O seu nome não encerra,
Pois é imortalizado.
No céu vai ter muita festa,
Na terra fica a lacuna
Minha homenagem modesta,
Pra Ariano Suassuna
Autor que ninguém contesta,
Sempre á frente da tribuna.
A senhora dona morte,
Há muito tempo esperava,
Ariano com humor
Por um nome batizava,
Deu o nome de Caetana,
Era assim que a chamava.
Às cinco horas da tarde,
Ariano nos deixou,
Caetana estava lá
E muita gente chorou,
Mas o nome ficará,
Sua história o consagrou.
Tonha Mota
Natal,23/07/14.
Tonha Mota
Natal,23-07 -2014.
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